quinta-feira, 22 de junho de 2017

Ego



Jesus disse: “Negue-se a si mesmo”.

O ego se move de um estado indefeso, isolado, para uma compreensão de que ele pode ter poder, isto se deve ao pensamento que se torna tão penetrante que toma conta do senso de identidade, logo, decide que pode ser externo na forma de status, domínio e riqueza, mas com o tempo percebe que a origem do poder é interna e pelo medo de desaparecer se defende como pode.
A palavra "ser" está ligada a um infinito imensurável, ao eterno, contudo, o ser é a essência das pessoas ao tempo de ser a nossa própria presença.  A falta de unidade com o ser nos liga a mente, o que provoca sempre estar pensando em alguma coisa, passando a ilusão de separação com a nossa fonte, logo, nos sentimos “isolados”, absorvendo medos, culpas e conflitos relacionados a julgamentos, associação de imagens, conceitos conturbados e definições que bloqueiam as relações verdadeiras, que impedem de viver com lucidez.



Nesse estado de separação com o ser, não é você quem usa a sua mente, é ela quem usa você, ou seja, estar refém de uma falsa consciência.  Você pensa ser a sua mente, mas ela se apossou de você, te dominou, então deixa de ser livre e se entrega ao que chamamos de ego.
O ego por sua vez é inseguro e percebe a si mesmo em constante ameaça.

A mente consciente, então, não consegue mais ter identificação com as ordenações de pensamentos e com os espaçamentos entre eles, o ego é que ocupa esses espaços e que geralmente provoca inquietação e estresse por conflitos mentais.

Para o ego o momento presente não existe e somente o passado e o futuro são importantes.  Mantém o passado vivo, pois pensa que sem ele não seríamos ninguém e se projeta ao futuro para garantir sua continuação de sobrevivência em busca da satisfação ilusória, que não acontece.



“Não julgareis”. Julgar o próximo é uma das práticas da pessoa que está entregue ao ego.  O ato de julgar é pela prática de injetar autossuficiência à nossa mente, de modo a se criar uma resistência às ameaças.  Isso compromete nossa autoestima, pois não é natural, o que provoca mais separação e sofrimento.
Quanto mais estivermos ligados a nossos pensamentos, julgamentos e interpretações, estaremos mais ligados às energias emocionais que provocam desconforto.  Julgar os outros significa confundir o próprio comportamento inconsciente de quem elas são de verdade, projetando as próprias falhas em outras pessoas.  Cada vez que se julga, mais se afasta da fonte.  Como sendo um sintoma, a pessoa não consegue ficar a vontade consigo mesma.

Mas será que você tenha que se relacionar com você mesmo? 

Você só precisa “ser”, não se julga não se culpa não se orgulha não se ama ou se odeia, pois não existe um você que precisa se defender.  Você simplesmente é!


Somos criados para ser alguém, para sermos aceitos, lembrados e importantes.  Criamos nossa identidade, construímos nossa personalidade e somos diferentes em algo se conseguimos sermos os melhores, mas ninguém quer ser diferente por um defeito ou limitação.  Seja qual for o pretexto, precisamos estar no topo, em evidência, ser bem sucedido, talvez para sermos aceitos por outros ou simplesmente chamar a atenção, o seu ego precisa disso, ser interessante, para se sentir vivo.

Agora pergunte a si mesmo: Eu realmente sou necessário?  A vida consegue continuar sem mim?


Estando dominado pelo ego, nosso “eu real”, agoniza por nossa verdade e liberdade pessoal e quando não conseguimos, expressamos nosso lado sombrio, sombra esta que se avoluma e se converte em força, que é capaz de destruir nossas próprias vidas e a dos outros também. 

Sem saber como tratar, reprimimos essas forças negativas de pensar e agir, e logo, elas encontrarão saídas para se expressar.  Podemos dizer que o ego no controle da mente, contamina a alma humana que por sua vez está revestida do espírito, essa contaminação se incorpora de entidades espirituais "sem luz" (legiões de potestades) que atraímos e sabotamos a nós mesmos, nossos planos e aspirações.  Muitas das atitudes e pensamentos que nos vem à mente neste estado mental,  não somos nós que estamos no controle, são apenas impulsos involuntários do ego, que utiliza de seu própria "inteligência".


Enquanto estivermos identificados com a mente, estaremos ligados a valores pessoais, como as conquistas que alcançamos.  É insuportável admitir nossos ciclos de fracassos, logo, o ego assume o controle com um comando auto protetor, buscando uma renovação imediata.  O ego não aceita uma situação a qual ele tenha se apegado, que muda ou simplesmente desaparece, ele com certeza vai resistir as mudanças, pois sempre se sente ameaçado a desaparecer e teme por sua “sobrevivência”, pode-se dizer que é uma força paralela, aparentemente resistente e persistente e esta por sua vez, aliena a mente consciente e contamina a alma humana.


Alimentar a ideia da mudança e se predispor a ela é o segredo do resgate de si mesmo, a partida para a "relação" com a divindade.

Com a atitude de retomar a consciência, virão resistências de defesa do ego, como já citadas acima.  Toda resistência é gerada por irritação ou impaciência e isso provoca a negatividade. 

Até a mais leve indisposição de irritabilidade é significativa e precisa ser observada e conhecida, para ser "tratada".  Do contrário poderá ocorrer o estresse e até doenças como a depressão por acúmulo de sentimentos negativos.  Talvez a falta de aceitação ou paciência em ter que tratar disso, venha lhe trazer inquietação pela resistência de não estar vendo resultado, provocando mais irritação e raiva, o que é muito mais desagradável que a causa original que está tentando desfazer.

Tem que se saber que não irá gastar dinheiro com tratamento, portanto, deve-se investir no tempo de persistir na mudança, seja o tempo que for, até porque aprimorar-se não tem fim.
A compreensão de resgate do divino em nossa consciência funciona como um processo de fervura da água.  Quando chegar ao ponto de ebulição, o ego desaba, contudo não é possível criar uma situação para a expansão da consciência, ela acontece.  Ninguém poderá dizer quando acontecerá, a experiência é individual a cargo das coisas impetradas em sua mente ao longo do tempo.  É trabalhoso, mas é possível pela perseverança de querer alcançar o resultado encarando um processo de gradual desenvolvimento.

Não espere que apareça ninguém consciente para ajudar você se alinhar com a mais alta consciência do momento presente e te ajude a se manter nela, a busca é individual, como também não pode esperar o mundo se curar primeiro, para assim receber a sua ajuda, pois isso não vai acontecer.

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